Capítulo 101
Capítulo 101
Capítulo 101
Inês partiu às três da tarde e, apesar de Amado tê–la abraçado e implorado para que ficasse, ela endureceu o coração e partiu.
Um medo sutil habitava seu intimo, o medo de que ela pudesse perder para Noe Serpa e, com isso… possivelmente perder Amado.
Ela tinha que acostumar Amado a viver sozinho, mesmo que isso parecesse cruel para ela, era uma forma de ensiná–lo a crescer.
Inês secou as lágrimas e pegou um táxi para casa, não… se ainda houvesse uma chance, ela queria seu filho de volta!
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Eunice visitou novamente a empresa de Noe Serpa naquele dia, levando um café da manhã cheio de carinho pela manhã, mas ele mal lhe deu atenção e deixou de lado o que ela trouxera. Eunice sentiu– se magoada e à noite insistiu para que Noe a levasse para casa. Ele, sem conseguir resistir, pediu que ela se acalmasse e a levou.
Quando Amado viu Noe Serpa trazer outra mulher para casa, já estava tão acostumado que mal reagia.
Ele segurava uma xícara de leite quente, as bochechas ainda pálidas pela febre que havia passado, e disse: “Bem–vindo de volta, Sr. Serpa.”
Sua voz era jovem, mas calma.
Noe Serpa se sentiu irritado com aquele tom de voz, como o garoto podia ser tão desafiador todos os días?
Sem dizer uma palavra, Noe entregou a Eunice um par de chinelos que Clara havia usado em sua última visita. Eunice olhou surpresa para Amado, que parecia indiferente..
“Você… você é o filho de Noe? Vocês são muito parecidos“.
A falsidade vibrava em sua voz.
Amado franziu ligeiramente a testa e depois disse: “Sim, sou filho do Sr. Serpa“.
Havia uma maturidade naquele garoto que poderia ser assustadora para um adulto.
Eunice observou o rapaz à sua frente, com pensamentos voando em sua mente, mas logo sorriu e estendeu a mão para Amado: “Olá, sou Eunice, irmã de Acelina“.
Acelina? Um nome familiar. Amado retribuiu o sorriso e apertou sua mão: “Olá, irmã Eunice.”
Noe Serpa observava surpreso o comportamento cortês de Amado. Desde quando ele era tão educado? Não era sempre frio e distante? O que havia mudado hoje?
Apenas Amado sabia que aquela Eunice não era simples e que enfrentá–la não traria benefícios, apenas aumentaria o desdém do Sr. Serpá.
Se os adultos gostavam de atuar, então ele entrava no jogo deles.
Com um sorriso doce, Amado perguntou: “A irmã veio passar a noite com o Sr. Serpa?”
Essa pergunta soou como se Eunice fosse apenas mais uma na lista de conquistas de Noe Serpa. Ela corou: “Não… meu relacionamento com seu pai não é assim…” – A verdade é que Noe Serpa nem sequer a havia tocado…
“Ah, então a irmã é uma empregada que o Sr. Serpa trouxe?” – Amado continuou com um sorriso inocente:
14:58 Text © by N0ve/lDrama.Org.
“Bem–vinda, irmã Eunice. Não se sinta inferior, sinta–se em casa“.
Eunice ficou sem palavras, confrontada por uma criança.
Droga, o que havia de errado com esse garoto? Será que suas palavras pareciam carregadas de segundas intenções, zombando dela? E por que, sendo filho de Noe Serpa, ele não o chamava de pai, mas mantinha uma distância formal, chamando–o de “Sr. Serpa“?
Eunice olhou para o garoto, sua mente afundando em pensamentos.
Amado continuou a sorrir para a mulher à sua frente, depois se levantou do sofá e fez uma reverência formal a Noe Serpa, como se ele fosse um estranho, não seu parente: “Então, vou subir para descansar. Boa noite, Sr. Serpa e Irmã Eunice“.