Capítulo 10
Capítulo 10
Um estrondo alto e a garrafa de vinho se partiu em pedaços, o líquido derramando por cima, misturado com sangue, turvou a visão de Bianca.
Tudo aconteceu muito rápido, ninguém conseguiu reagir, provavelmente também ninguém esperava que Bianca fosse tão dura consigo mesma.
“Bianca!” Sérgio se assustou, segurando firmemente Bianca que balançava prestes a cair, ele repreendeu em voz baixa, “O que você está fazendo?!”
Essa garota, preferindo bater em si mesma com uma garrafa de vinho a pedir desculpas, essa teimosia não sei de quem herdou!
Bianca se apoiou em Sérgio, recuperando o fôlego, ela olhou para Thales, “Isso é o suficiente? Se não estiver satisfeito, posso continuar.”
Dizendo isso, ela tentou pegar outra garrafa de vinho, mas foi impedida por Sérgio.
Sérgio também estava furioso, seus olhos ardendo de raiva ao olhar para Thales, “Thales, nos conhecemos há quase trinta anos, você tem certeza que quer que a situação desta noite fique sem solução?”
Quando Flavia entrou, ela viu essa cena.
Ela correu até Bianca, vendo o sangue em sua testa, seus olhos cheios de culpa, e as lágrimas giravam em seus olhos.
Bianca também viu Flavia, falando fracamente, “Como você veio?”
Thales também franzia a testa, “Quem permitiu que você veio?”
No canto, Daniel disse timidamente para Aline, “Eu, eu a chamei.”
Flavia olhou para Thales, e para Rosana ao seu lado, os dois sentados juntos, como um par celestial.
Ela andou rapidamente em direção a Rosana.
Rosana agarrou o braço de Thales, não se sabe se por medo ou para declarar sua posse.
Thales franziu a testa, seu olhar seguindo o movimento de Flavia.
Flavia parou na frente de Rosana, Rosana erguendo o queixo, encarando Flavia com um olhar provocativo. Property of Nô)(velDr(a)ma.Org.
Após alguns segundos, Flavia fez uma reverência para ela.
Flavia gesticulou em Língua Gestual pedindo desculpas: a culpa é minha, por favor, Srta. Coelho, me perdoe.
Rosana virou a cabeça, espiando a expressão de Thales, além de suas sobrancelhas franzidas, era difícil dizer mais alguma coisa.
“O que está gesticulando, não entendo.” Rosana murmurou baixinho, expressando sua insatisfação.
Ela não entendia Língua Gestual, mas conhecendo Flavia há tanto tempo, ela ainda podia entender o básico, desculpa, era o sinal de mão mais comum usado por Flavia, ela só estava fingindo não entender.
Rosana pensou que as coisas poderiam ficar ainda mais turbulentas, seria melhor se Thales e Sérgio se tornassem inimigos, isso se espalhando, quem ousaria subestimá–la em São Siena?
Flavia mordeu o lábio, olhando para Thales com um olhar suplicante.
Thales não disse uma palavra, apenas uma aura fria o envolvia.
Ela então se aproximou de Thales, segurando seu braço e balançando–o, não como se estivesse fazendo charme, mas sim implorando.
Bianca tentou se aproximar, mas foi contida por Sérgio, que pressionava um lenço de papel contra sua ferida, que rapidamente ficou encharcado de sangue.
Rosana também segurou mais forte o braço de Thales, temendo que ele se compadecesse da muda.
Ela levantou o rosto, as lágrimas escorrendo pelos cantos dos olhos, parecendo extremamente lamentável.
Flavia levantou a mão gesticulando para Thales: eu não vou mais trabalhar, nunca mais, por favor, não faça Bianca sofrer, está bem?
Thales olhou para os dedos delicados dela, quando Flavia começou a aprender a Língua Gestual, ele perguntou o que aquele gesto significava. Flavia the disse que significava “Querido“.
Apenas Flavia sabia que aquele era o nome dele, e não “Querido“.
Ela nunca o chamou de “Querido“.
O ambiente no camarote estava terrivelmente silencioso, podia–se ouvir um alfinete cair.
Todos estavam olhando para Flavia, vendo–a se humilhar diante de Thales, vendo–a em uma situação desesperadora diante de sua rival no amor.